São José – Patriarca da Santa Igreja | 19 de Março
Ao longo da História da Igreja, encontramos certos personagens cuja grandeza ultrapassa qualquer lenda. Parecem de fato ser eles objeto de uma especial predileção de Deus que adorna suas almas com o brilho das virtudes mais elevadas e de raríssimos dons.
Entretanto, a todos esses supera um Santo muito conhecido, mas ao qual com frequência não se presta a devida atenção: São José, pai virginal do Menino Jesus.
Na mente de Deus, desde toda a eternidade
Quando, antes do início dos tempos, Deus Pai determinou num mesmo decreto “a origem de Maria e a Encarnação da Divina Sabedoria”, quis que a chegada de seu Filho ao mundo fosse revestida da suprema pulcritude que convém a Deus. Contudo, apesar dos aspectos de pobreza e humildade com os quais haveria de Se mostrar, Ele deveria nascer de uma Virgem (cf. Is 7, 14), sem mancha de pecado, que reuniria em Si as alegrias da maternidade e a flor da virgindade.
Todavia, era indispensável a presença de alguém capaz de assumir a figura de pai perante o Verbo de Deus encarnado, em quem a Santíssima Trindade, decerto, também pensou no mesmo decreto. Ademais, a ele bem podemos aplicar as palavras da Escritura acerca do Rei Davi, de quem seria descendente: “O Senhor escolheu para Si um homem segundo o seu coração” (I Sm 13, 14). Este é São José!
À altura de ser o esposo de Maria
A fim de termos uma ideia de quem é ele, precisamos considerar que, ao ser escolhido para pai adotivo do Menino Jesus, cabia-lhe ser esposo de Nossa Senhora e, para o matrimônio ser harmônico e proporcionado, era necessário que estivesse à altura d’Ela.
No entanto, quem é Nossa Senhora? A mais perfeita de todas as criaturas, a obra-prima do Altíssimo, concebida sem sombra do pecado original. Se somarmos as virtudes de todos os Anjos e de toda a humanidade até o fim do mundo, não teremos sequer uma pálida ideia de sua singular perfeição.
Assim, deveria possuir uma grandeza de alma ímpar e uma virtude excelsa o varão escolhido para ser o guardião d’Aquela que seria a Filha do Pai Eterno, a Mãe do Verbo Encarnado e a Esposa do Divino Espírito Santo.
“E se as relações do Espírito Santo com Nossa Senhora foram sublimes, também o foram as com São José, ainda que de modo diverso, pois ele, pelo seu consentimento à ação divina, permitiu que se realizasse a concepção virginal. O próprio Deus, portanto, deu-lhe o direito de mandar no Menino Jesus. Assim devia observar para que a boa ordem das coisas reinasse na Sagrada Família. É difícil calcular o que isso supõe. O certo é que se trata do maior ato de confiança de Deus num homem”.
Hoje como ontem: “Ide a José”!
Encontramos no Antigo Testamento a história de José, filho do patriarca Jacó, ao qual o faraó mandava os egípcios se dirigirem, nos tempos da fome, dizendo-lhes: “Ide a José”!
De maneira semelhante, diz um piedoso autor do século passado, a Divina Providência “constituiu o Santo Patriarca como senhor de sua casa e príncipe de todos os seus bens, pondo em suas mãos as chaves dos tesouros celestiais, como o faraó pôs as chaves dos celeiros do Egito nas mãos do antigo José, vice-rei daquele país”.
Desta forma, conclui ele, “com as mesmas palavras com as quais o mencionado faraó exortava seus vassalos a recorrerem a José em sua extrema penúria, recomenda-nos Deus, nosso Senhor, que nos dirijamos a nosso bendito Santo, dizendo-nos a todos: Ide a José, que tem poder para remediar vossos males”.
Operar-se-ão as maravilhas da graça
Quem poderá, pois, calcular o poder de São José, como intercessor junto a Maria Santíssima e a seu Divino Filho? Ele pode tudo diante do Divino Redentor, pois tendo-lhe Ele sido submisso durante sua vida terrena (cf. Lc 2, 51), certamente não deixará de atender nenhum de seus pedidos por toda a eternidade.
Imploremos sempre sua poderosa intercessão!
São José, rogai por nós!