Natividade de Maria: a maravilhosa história
Apesar de não ser mencionado nos Evangelhos, a natividade de Maria foi comemorado desde os primórdios pela Igreja Católica no Oriente. No Ocidente, o Papa São Sérgio (687-701) ordenou sua celebração em Roma. Porém, foi o Papa Inocêncio IV, em 1245, durante o Concilio de Lyon, na França, que estendeu a festividade para toda a Igreja.
A data é escolhida é 8 de Setembro, de acordo com a festa da Imaculada Conceição, em 8 de dezembro. Assim, nove meses depois, a Virgem Maria nasceu.
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A tradição de fato nos conta que a Virgem Maria nasceu em Jerusalém, junto o tanque de Betesda, onde atualmente se venera uma cripta sob a igreja de Santa Ana.
Sobre esta data tão especial da Natividade da Virgem Maria, nada nos falam os Evangelhos. As Escrituras nos narram fatos maravilhosos acontecidos não apenas no nascimento do Salvador, mas também de outros varões providenciais, como por exemplo João Batista.
Como terá sido o nascimento da Santíssima Virgem? Algumas almas privilegiadas, através de revelações particulares, puderam ter alguma ideia dos milagres que cercaram a Natividade de Maria. De modo especial, a Beata Anna Catharina Emmerich, destaca-se pela simplicidade e beleza de suas narrações.
A expectativa do parto
“Ao se completar os nove meses de gestação, percebendo que a hora estava chegando, Santa Ana comunica a São Joaquim e em seguida envia mensageiros para avisar da boa nova a suas parentas.
Logo três primas chegam à casa deste santo casal e vão diretamente ao quarto de Anna mostrando sua alegria entre cânticos e hinos de louvor. Ana rezou como que em êxtase. Ela introduziu ao hino todos os símbolos proféticos de Maria. Disse: ‘A semente dada por Deus a Abraão completou-se em mim’.
Ela falou da promessa dada a Sara no momento do nascimento de Isaac e disse: ‘A florescência da vara de Aarão aprimorou-se em mim’. Naquele momento ela estava envolta por uma luz; o quarto repleto de brilho e a escada de Jacó aparecendo em cima.
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As mulheres estavam completamente maravilhadas e repletas de júbilo. Quando a oração de boas-vindas terminou, as viajantes se revigoraram com uma refeição e depois foram deitar-se para descansar da viagem.
Ana não foi para a cama, mas rezou; à meia noite acordou as outras mulheres para orarem com ela. Elas a seguiram até seu local de oração atrás de uma cortina.
Santa Ana em oração
Santa Ana abriu as portas de um pequeno armário na parede que continha uma caixa com objetos sagrados. Neste recipiente continha uma mecha de cabelo de Sara, alguns ossos de José (trazidos por Moisés do Egito) e algo que pertencia a Tobias; havia também um pequeno e brilhante cálice em forma de pera do qual Abraão tinha bebido no momento em que havia sido abençoado pelo anjo.
Ana ajoelhou diante do pequeno armário com uma das mulheres de cada lado e a terceira atrás dela. Recitou um outro hino, mencionando a sarça ardente de Moisés. Assim, o quarto se encheu de luz sobrenatural que se tornou mais intensa à medida que rodeava a santa mãe.
As mulheres caíram no chão espantadas. A luz ao redor de Ana tomou a exata forma da sarça ardente de Moisés no Horeb; já não se dava mais para ver Anna.
O nascimento da Virgem Maria
A chama toda fluía para dentro; subitamente Ana recebeu a reluzente criança Maria em seus braços, envolveu-a em sua manta, pressionou-a de encontro ao seu coração e deitou-a no banquinho defronte às sagradas relíquias, ainda em oração.
Ouviu-se a criança chorar. A feliz mãe retirou alguns panos debaixo do grande véu que a envolvia para ali envolver a criança primeiro com uma faixa cinza e uma vermelha em seguida atando seus braços e peito; a cabeça ficava exposta.
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As mulheres se levantaram e receberam, com grande espanto, a criança recém-nascida em seus braços, derramando lágrimas de alegria, unindo-se num hino de louvor. Santa Ana levantou sua criança para o alto como que fazendo uma oferta.
Naquele momento o quarto se encheu de luz e vários anjos cantando Glória e Aleluia. Também pronunciaram que a partir do vigésimo dia a criança deveria ser chamada de Maria.
Anna foi para seu dormitório onde deitou-se em sua cama. As mulheres neste meio tempo desenrolaram a criança, banharam-na e enfaixaram-na novamente. Depois a deitaram ao lado de sua mãe. Havia uma pequena cesta de vime que podia ser presa ao lado da cama de modo que a criança pudesse sempre estar perto da mãe.
São Joaquim
As mulheres agora chamaram Joaquim, o pai. Ele veio até a cama e ajoelhou-se chorando; suas lágrimas caíam sobre a criança. Ele a levantou pelos braços e proferiu seu hino de louvor, como Zacarias no nascimento de João Batista.
Joaquim falou neste hino sobre a sagrada semente, implantada por Deus por meio da aliança confirmada na circuncisão e que tinha agora atingido o ápice da florescência nesta criança e estava completa na carne.
Também ouviu-se nesta canção de louvor proclamando que agora estava cumprida a palavra do profeta: “Um renovo de tronco de Jessé, e um rebento brotará de suas raízes” (Is 11, 1). Ele disse, também, em grande humildade e devoção que agora morreria feliz.”
Oração a Nossa Senhora Menina
Oh! Graciosíssima menina! Que, com vosso feliz nascimento, haveis consolado ao mundo, alegrado o céu e aterrado o inferno. Haveis dado ajuda aos caídos, esperança aos tristes, saúde aos enfermos e alegria a todos. Suplicamo-vos, com os mais fervorosos afetos, que renasceis espiritualmente com vosso Santo amor em nossa alma. Renovai nosso espírito, para que vos sirvamos, acendei de novo nosso coração para que vos amemos; e fazei florescer em nós aquelas virtudes com as quais possamos fazer-nos sempre mais agradáveis a vossos benigníssimos olhos. Oh! Maria! Sede para nós Maria, fazendo-nos experimentar os saudáveis efeitos de vosso suavíssimo nome, sirva-nos a invocação deste nome de alívio nos trabalhos, de esperança nos perigos, de escudo nas tentações, de alimento na morte. Seja o nome de Maria como mel na boca, a melodia no ouvido e o júbilo no coração. Assim seja.
EMMERICH, Anna Catharina. Santíssima Virgem Maria, 5ª Edição. Mir Editora, São Paulo, 2014.
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