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A Imaculada Conceição

Onze séculos de tranquila aceitação da “piedosa crença”

Quanto a Imaculada Conceição, os mais antigos Padres da Igreja, frequentemente citam sua crença na absoluta imunidade do pecado, mesmo o original, concedida à Virgem Maria. Assim, por exemplo, São Justino, Santo Irineu, Tertuliano, Firmio, São Cirilo de Jerusalém, Santo Epifânio, Teódoro de Ancira, Sedulio e outros, comparam Maria Santíssima com Eva antes do pecado.

Santo Efrém, insigne devoto da Virgem, A exalta como tendo sido “sempre, de corpo e de espírito, íntegra e imaculada”. Para Santo Hipólito Ela é um “tabernáculo isento de toda corrupção”. Ademais, Orígenes A aclama “imaculada entre imaculadas, nunca afetada pela peçonha da serpente”.

Por Santo Ambrósio é Ela declarada “vaso celeste, incorrupta, virgem imune por graça de toda mancha de pecado”. Santo Agostinho, por exemplo, afirma, disputando contra Pelágio, que todos os justos conheceram o pecado, “menos a Santa Virgem Maria, a qual, pela honra do Senhor, não quero que entre nunca em questão quando se trate de pecados”.

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Séculos XII-XIII: Oposições e batalhas

Foi a partir do século XII que este privilégio começou pois a ser combatido. No século seguinte, no período clássico da escolástica, muitos teólogos puseram dúvidas sobre a Imaculada Conceição, pela pouca exatidão de ideias sobre a matéria. Entre eles encontram-se doutos e virtuosos homens como, São Bernardo, São Boaventura, Santo Alberto Magno e o angélico São Tomás de Aquino.

O combate a esta augusta prerrogativa da Virgem não fez senão aumentar o ânimo de seus partidários. Assim, o século XIV se inicia com uma grande reação a favor da Imaculada. Se destacou, entre eles o venerável João Duns Escoto, filho espiritual de São Francisco de Assis, o qual, depois de bem fixar os verdadeiros termos da questão, estabeleceu com admirável clareza os sólidos fundamentos para desvanecer as dificuldades que os contrários opunham à singular prerrogativa mariana.

As dificuldades

A tradição nos narra que Escoto viajou de Oxford a Paris, precisamente para fazer triunfar o imaculatismo. Na Universidade da Sorbonne, em 1308, sustentou uma pública e solene disputa em favor do privilégio da Virgem.

No dia desse grande ato, quando chegou ao local da discussão, prosternou-se diante de uma imagem de Nossa Senhora que se encontrava em sua passagem, e lhe dirigiu esta prece: “Dignare me laudare te, Virgo sacrata: da mihi virtutem contra hostes tuos” (Fazei-me digno de vos louvar, ó Virgem sagrada, e dai-me força contra os vossos inimigos). Após fazer este pedido a imagem da Santíssima Virgem inclinou a cabeça como sinal de contentamento da Mãe de Deus  com aquela atitude. A imagem conserva-se assim até nossos dias.

Depois de Escoto, a solução teológica das dificuldades levantadas contra a Imaculada Conceição se tornou cada dia mais clara e perfeita. Seus defensores se multiplicaram prodigiosamente. 

Em 1477, o Papa Sixto IV aprovou a festa da Conceição de Maria, enriqueceu-a de indulgências semelhantes às festas do Santíssimo Sacramento e autorizou ofício e missa especial para essa solenidade.

No século XVI começaram a reforçar as fileiras dos defensores da Imaculada Conceição os teólogos da recém-fundada Companhia de Jesus. Aliás, pelos primeiros missionários jesuítas no Brasil temos notícia de que, já em 1554, celebrava-se o privilégio mariano em nosso País. Além da festa comemorada no dia 8 de dezembro, capelas, ermidas e igrejas eram edificadas sob o título de Nossa Senhora da Conceição.

O triunfo da Imaculada Conceição

Enfim, no dia 2 de fevereiro de 1849, Pio IX, escreveu a todos os Patriarcas Primazes, Arcebispos e Bispos a Encíclica Ubi primum, questionando-lhes acerca da devoção de seu clero e de seus povos ao mistério da Imaculada Conceição, e seu desejo de vê-lo definido como dogma.

De um total de 750 Cardeais, Bispos e vigários apostólicos que em seu seio contava então a Igreja, pode-se dizer que todos atenderam à solicitação do Papa. Manifestaram-se unanimemente que a fé de seu povo era completamente favorável à Imaculada Conceição, e apenas cinco se diziam duvidosos quanto à oportunidade de uma declaração dogmática.

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A proclamação do Dogma

Uma testemunha ocular nos deixou este relato da bela festa de 8 de dezembro de 1854 na Basílica de São Pedro de Roma.

Nas suas amplas naves se comprime e se confunde uma imensa multidão impaciente, entretanto recolhida. Os romanos se aprestam a receber a definição da Imaculada Conceição, como os efesianos acolheram a da maternidade divina de Maria: com cânticos de júbilo e manifestações do mais vivo entusiasmo.

Eis no limiar da Basílica o Soberano Pontífice. Circundam-no 54 Cardeais, 42 Arcebispos e 98 Bispos dos quatro cantos do orbe cristão (…) Os Anjos da Igrejas estão presentes como testemunhas de fé de seus povos na Imaculada Conceição. Subitamente, irrompem as vozes em tocantes e reiteradas aclamações. O cortejo dos Bispos atravessa lentamente o longo corredor do Altar da Confissão. Sobre a cátedra de São Pedro está sentado seu 258º sucessor.

Finalmente, Imaculada

Iniciam-se os santos mistérios. Logo o Evangelho é anunciado e cantado nas diversas línguas do Oriente e do Ocidente. Eis afinal o solene momento marcado para o decreto pontifício. Um Cardeal carregado de anos e de méritos, aproxima-se do trono: é o decano do Sacro Colégio; feliz está ele, como outrora o velho Simeão, por ver o dia da glória de Maria.

Após o canto em honra ao Espírito Santo a face do Papa foi iluminada por um celeste raio, visível efusão do Espírito de Deus; e de uma voz profundamente emocionada, em meio às lágrimas de alegria, pronuncia ele as solenes palavras:

“Declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina de que a Bem-aventurada Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, por singular graça e privilégio de Deus Onipotente, em atenção aos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de culpa original, essa doutrina foi revelada por Deus, e deve ser, portanto, firme e constantemente crida por todos os fiéis”.

Oração

Em 2004, o Papa São João Paulo II celebrou então pela última vez, nesta terra, a solenidade da Imaculada Conceição e encerrou sua homilia com esta oração.

“A ti, Virgem Imaculada, por Deus predestinada acima de todas as criaturas como advogada de graça e modelo de santidade para o seu povo, renovo no dia de hoje a confiança de toda a Igreja.

Sê Tu quem orienta os seus filhos na peregrinação da fé, tornando-os cada vez mais obedientes e fiéis à Palavra de Deus.

Quem acompanha cada cristão ao longo do caminho da conversão e da santidade, na luta contra o pecado e na busca da verdadeira beleza, que é sempre um sinal e um reflexo da Beleza divina.

Sê Tu, ainda, quem obtem a paz e a salvação para todos os povos. O Pai eterno, que te quis como Mãe imaculada do Redentor, renove também no nosso tempo, por teu intermédio, os prodígios do seu amor misericordioso. Amém!”


Espero que este artigo sobre a Imaculada Conceição tenha lhe feito muito bem espiritual! Assim como você, queremos evangelizar todo o Brasil!

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