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O Pecador, um filho pródigo!

O Pecador, um filho pródigo! Era fria aquela manhã. Muitas ruas ainda dormiam e o sol aos poucos se fazia ver no horizonte nublado. Alguns passos apressados se faziam ouvir no calçamento centenário das ruelas até chegarem à igreja matriz. Um sacerdote começava a subir ao altar para a missa, enquanto outros atendiam os penitentes no confessionário. Um destes então viu aproximar-se um homem, não era um estranho, já estivera ali outras vezes. Ajoelhou-se e após declinar suas faltas recebeu a absolvição. O sacerdote então ficou pensando: “Este homem vem aqui todos os dias e confessa a mesma falta. Diz que quer mudar de vida, mas não muda, por isso vem sempre aqui… e esta é a oitava vez esta semana!”

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No dia seguinte, aquele padre estava junto ao altar arrumando tudo para a missa. Faltava ainda algum tempo e a igreja estava quase vazia. Ao levantar o olhar em direção à porta viu o penitente do dia anterior entrar e ir em direção a ele. “Padre, o senhor pode atender-me em confissão?”. O ministro de Deus então o atendeu ali mesmo ao pé do altar. Quando o homem terminou de declinar seus pecados o padre, muito irritado, disse que aquilo era um absurdo e que não daria a absolvição. “Eu não te perdoo!” disse o padre.

Nesta hora, ouviu-se um forte estalo. O grande crucificado que pendia no altar desprendeu sua mão do madeiro e traçando um enorme sinal da cruz, disse: “Eu sim, lhe vou perdoar porque me custaste muito. Custaste-me todo o meu sangue”.

A mais bela das parábolas

Este fato, ocorrido em uma pequena cidade da Espanha durante a Idade Média é um pequeno exemplo da misericórdia de Deus. Entretanto ele é nada, perto de uma das mais belas parábolas contadas por Nosso Senhor Jesus Cristo, parábola tão conhecida, a do filho pródigo.

“O filho trocou a inocência do lar pela vida devassa. Expressiva imagem de todos os batizados que, desprezando a condição de filhos de Deus, abandonam o estado de graça ao cometer uma falta grave! Esbanjando o tesouro sobrenatural entregue pelo Pai celeste, preferem o prazer fugaz do pecado à felicidade do convívio com Deus e Maria Santíssima, na eternidade.

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“’Um homem tinha dois filhos. O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome naquela região, e ele começou a passar necessidade.

Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu campo cuidar dos porcos. O rapaz queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam. Então caiu em si e disse: ‘Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. Vou-me embora, vou voltar para meu pai (…) Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o, e cobriu-o de beijos.”

Podemos imaginar o pai, diariamente indo até a estrada esperando seu filho voltar. Por que? Porque em nenhum momento o pai se esqueceu do jovem e, sem jamais perder as esperanças de reencontrá-lo, continuamente elevava ao Céu aflitas orações por sua conversão. Do mesmo modo, Deus reage conosco quando O ofendemos e, em sua bondade, nunca nos desampara, mesmo quando nos afastamos d’Ele com o pecado.

Deus, sempre pronto a perdoar

É bem provável que o pai tenha sentido acenderem-se, muitas vezes, suas esperanças quanto à volta do filho. Dirigia-se, então, a um local de onde podia ver os caminhos da região e ali passava longos períodos rezando, numa confiante espera, até o dia em que seu filho voltou.

Quantas vezes Deus não nos espera no confessionário para que peçamos perdão a ele? Ele está sempre a espera do pecador. Ele continua a amar o filho rebelde e ingrato, apesar da sua ausência, do seu orgulho e da sua autossuficiência, e esse amor acaba por revelar-se na forma emocionada como recebe o filho, quando ele resolve voltar para a casa paterna. O que moveu o pai? O que move a Deus? A Misericórdia!

Rezemos para que, sempre que seguirmos os caminhos do Filho pródigo, possamos nos arrepender e correr para os braços benditos do Pai e pedir perdão a Ele, certos e confiante de que o obteremos sem demora.

O Pecador, um filho pródigo!


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