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Perdão, uma palavra tão amada por Deus

 

Suportai-vos uns aos outros

Na História da Ordem cisterciense conta-se o fato de um monge que, quando se aproximava da mesa da comunhão Deus lhe concedia tantas graças e benefícios que ao comungar tinha a impressão de estar recebendo na boca um favo de mel, e aquela suave doçura permanecia por três dias inteiros.

Aconteceu que um dia este monge tratou rudemente um de seus irmãos e, indo comungar sentiu durante todo aquele dia a boca amarga como fel. Por quê? Qual o motivo daquela mudança repentina? Acontece que aquele religioso não havia cumprido o que ordenou Cristo: “Quando estiveres levando a tua oferenda ao altar e ali te lembrares que teu irmão tem algo contra ti, deixa a tua oferenda diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão. Só então, vai apresentar a tua oferenda”(Mt 5,23-24).

Devemos ser flexíveis para saber perdoar e pedir perdão, quem nos diz isso é São Paulo: “suportai-vos uns aos outros e, se um tiver motivo de queixa contra o outro, perdoai-vos mutuamente. Como o Senhor vos perdoou, fazei assim também vós” (Cl 3,13).

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Uma resposta branda

Uma bala de canhão quando atinge uma torre de guarda produz um grande barulho e destrói toda a construção. Ao contrário, quando a mesma bala atinge o mar, este amortece com brandura o impacto e a bala e a faz perder força. Assim funcionam nossas conversas e ações.

Quando uma coisa dura se encontra com outra também dura, soa e faz estrondo. Porém, se o duro encontra a brandura, nem se ouve, nem se sente. Assim diz Salomão: “uma resposta calma aplaca a ira, a palavra dura atiça o furor” (Pr 15,1). É importante não aumentar o calor de uma discussão com respostas duras, antes, deve haver tanta brandura e virtude em nós, que, ainda que alguma vez nos seja dirigida alguma palavra dura e áspera, não faça estrondo nem se sinta, nem se chegue a conhecer, mas ai mesmo se esconda e se apague.

 

Para ver a Deus é necessário perdoar

O famoso autor de “Imitação de Cristo”, Tomás de Kempis narra um fato curioso.

Havia em seu convento um sacerdote muito virtuoso que tendo de ir a outro convento encontrou-se com um homem no caminho. Este, muito católico, seguiu viagem ao lado do religioso conversando sobre as coisas da religião.

O homem então disse ao sacerdote que uma coisa estranha vinha acontecendo.

Toda vez que ia à missa não conseguia ver o Santíssimo Sacramento nas mãos do sacerdote. De início, imaginou que era pela distância que estava do altar, então decidiu sentar-se mais próximo. Contudo, em outra missa, estando bem junto ao altar, igualmente não viu a sagrada espécie. E isso já se repetia a mais de um ano. Pediu então para ser atendido em confissão, pois percebeu que poderia ser algum castigo que Deus havia lhe imposto por algum pecado.

O sacerdote o atendeu, e após examinar o caso, percebeu que o penitente estava em inimizade com alguém devido uma injúria que este lhe havia feito, e que ainda não havia perdoado. O confessor, depois de repreender o penitente por sua dureza de coração e malícia, mostrou-lhe o perigo que corria, uma vez que era impossível alcançar o perdão de seus pecados se – de todo coração – não perdoasse as injúrias que o amigo lhe fizera, e que aquilo era a causa de não conseguir ver o Santíssimo Sacramento.

Totalmente arrependido, o cavalheiro seguiu o conselho do sacerdote, perdoou aquele que lhe tinha ofendido e acabada a confissão correu para procurar o amigo e acertar tudo e o convidou para assistir à missa na manhã seguinte. E, para sua alegria, pode ver sem dificuldade o Santíssimo Sacramento no momento da elevação. Inesquecíveis foram as graças daquela comunhão e ação de graças. Ele aprendeu e nos deixou a lição: Para ver a Deus é necessário perdoar!

 

E o leitor deste artigo?

Um pergunta para você que está lendo este artigo. Será que não tenho que perdoar alguém?

Outra pergunta. Será que em não devo pedir perdão por algo de errado que fiz? São Paulo nos dá um conselho no dia de hoje: “Não pequeis. Que o sol não se ponha sobre o vosso ressentimento. Não vos exponhais ao diabo”. (Ef 4,26-27)

Caro leitor, deixo-lhe esta meditação no dia de hoje e estou certo que uma profunda reflexão nestas palavras lhe poderão ser imensamente úteis na união com Deus Nosso Senhor.

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