São Nicolau ou Papai Noel?

A maioria das crianças sabe responder de onde vem o Papai Noel: “Do Polo Norte!”. Entretanto, o número delas cai bastante quando se pergunta por São Nicolau.

Figura esta que parece ter sido apagada da História.

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A grande noite

Após os jantares, as confraternizações familiares da noite do dia 24 de Dezembro, algo de inusitado se passa nos lares…

Quando todos estão imersos num profundo sono, através da chaminé da casa ou alguma outra entrada, que muitos até hoje não descobriram, surge um personagem.

De muito longe, vem voando em um trenó puxado por renas. Transporte este que certamente já passou pelo imaginário de muitas crianças.

Mas o que faz esse misterioso visitante, curiosamente nunca confundido com um ladrão, que chega sempre “atrasado” na noite de Natal, enquanto todos dormem?

Com suas barbas longas e sempre brancas, vestido com trajes vermelhos que o protegem dos frios polares, ele vem trazendo “surpresas” escondidas em grandes sacos vermelhos. Distribui tudo em abundância e despretensão, como quem deseja agradar sem esperar alguma retribuição.

Defensor da Fé e generoso pai

Na realidade, este personagem mítico não é tão imaginário quanto parece. Ele remonta a um varão, nascido no século III na Ásia Menor – portanto, não no Polo Norte! –, hoje local que corresponde ao território da Turquia.

Se nome, Nicolau. Nasceu em abastada família, numa província situada junto ao Mar Mediterrâneo. E por suas virtudes, que brilhavam em sua alma, foi eleito Bispo de Mira, uma das mais importantes cidades daquela sua região. Exerceu seu ministério com energia e bondade.

Sempre zeloso com a sã doutrina, tomou diversas medidas severas contra o paganismo e também contra as heresias de sua época.

Mas na verdade, foram suas obras de caridade que o fizeram célebre em todo orbe cristão.

Grandes milagres ainda em vida

Em seu tempo, havia em Mira um juiz corrupto. Este havia condenado três inocentes à morte. No momento da execução, o bondoso Nicolau aparece no local, arranca das mãos dos carrascos suas armas, repreende o juiz e liberta os sentenciados.

Pouco tempo depois, outro julgamento iniquo. Entretanto, os que estavam injustamente condenados, haviam presenciado a ação do bispo Nicolau na libertação dos inocentes. Foram testemunhas presenciais.

Cheios de devoção, começaram a rezar, rogando que ele também os salvasse, mesmo que a distância, que era o caso. Eis que nessa mesma noite, o Santo aparece em sonho para o Imperador Constantino e ordena a ele que libertasse os inocentes infelizes.

No dia seguinte, Constantino manda chamar os três condenados e interrogou-os. Descobriu que haviam rezado ao Santo Bispo. Comovido, o imperador os soltou.

Padroeiro das crianças

São Nicolau morreu no dia 6 de Dezembro, meados do século IV. As virtudes praticadas em vida, bem como seus milagres post mortem, rapidamente o levou ao grau de Santidade.

Mas porque padroeiro das crianças?

Isto se deve principalmente a dois episódios que se deram ainda em vida. O primeiro aconteceu quando o Bispo soube que um pai de três moças estava em grandes problemas financeiros e não conseguiria pagar o dote necessário para o casamento das filhas, o que as condenaria numa vida errante…

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Tomado de compaixão por essa família, Nicolau dirigiu-se a casa onde moravam e, oculto pela penumbra da noite, lançou pela chaminé um saco cheio de moedas de ouro, a fim de ajudá-los. E isso aconteceu por três vezes, auxiliando assim as três moças.

Conta-se uma versão desta história que um dos saquinhos de moedas caiu justamente dentro da meia de uma das jovens, que estava pendurada na chaminé secando…

Já o segundo episódio consiste justamente num magnífico milagre operado pelo Santo Bispo: a ressureição de três meninos que haviam sido assassinados.

Como este grande Santo pode se transformar em Papai Noel?

Agora uma dúvida paira no ar: o que o bonachão Papai Noel tem a ver com esta magnífica descrição de vida de São Nicolau? Como converteu-se tão virtuoso Bispo em um habitante do Polo Norte que, numa só noite, viaja o mundo todo de madrugada entregando presentes as crianças?

A transformação do Santo numa quimera tem suas mais remotas origens na Reforma Protestante. Os reformadores procuraram apagar da História, e sobretudo, dos corações dos fiéis a lembrança deste grande varão.

À esquerda, capa da revista “Harper’s Weekly” do dia 3 de janeiro de 1863, contendo uma das primeiras representações do moderno Santa Claus; ao centro, desenho de Thomas Nast para a mesma publicação; à direita, uma das ilustrações criadas por Haddon Sundblom para a Coca-Cola nas décadas de 1920 e 1930

Contudo, esta devoção não desapareceu por completo. A figura de São Nicolau misturou-se com entes mitológicos, alguns bem antipáticos e agressivos.

Ao longo do século XIX, ele foi tomando sua fisionomia atual. Em 1822, o poeta Clement Clarke Moore escreveu um livro intitulado A Visit from Saint Nicholas, no qual apresentava um personagem vindo do Norte, em um trenó de renas voadoras.

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Anos mais tarde, em 1863, o caricaturista político Thomas Nast fez um desenho para a revista Harper’s Weekly, no qual já apresentava as características que hoje conhecemos: um homem de idade avançada, corpulento, risonho, de abundantes barbas brancas.

A partir de então, varias empresas passaram a se aproveitar desta figura natalina como um meio de publicidade, inclusive a Coca-Cola, responsável por consagrar definitivamente seus trajes vermelho e branco, desde 1920.

Festejemos o Natal com autêntico espírito de fé

Como podemos constatar, Papai Noel é uma distorção do santo e generoso Bispo de Mira, patrono das crianças e de muitos lugares.

Aquele virtuoso varão brilhou por sua caridade e soube proclamar a verdadeira fisionomia cristã do Natal foi substituído pelo laico Papai Noel, propagador do Natal consumista. Para muitos, ele está no centro das atenções de todas as comemorações, tomando muitas vezes o lugar do Menino Jesus, verdadeira causa e alegria do Natal.

Mais do que simples nomenclaturas, poder-se-ia dizer que esses personagens simbolizam, perante o sublime fato do nascimento do Divino Infante, duas mentalidades opostas: uma, daqueles com horizontes postos no terreno, que voam pelos ares das fantasias frívolas do consumismo. Outra, daqueles que com alegria e fé preparam sua alma para receber no Natal não somente o simpático Bispo de Mira, mas também o próprio Homem-Deus!

Peçamos a São Nicolau, os presentes espirituais dos quais carecem nossa alma, para que, com ele, possamos ser generosos, retribuindo com uma vida pura todo o amor que emana do Coraçãozinho do Menino Deus por cada um de nós.

São Nicolau, rogai por nós!


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